quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pais de primeira viagem.

A chegada de um bebê na família é sempre rodeada de muita ansiedade, expectativa e sonhos. Mas também de muitas dúvidas, principalmente para os pais de primeira viagem. Que tipo de parto fazer, como é o enxoval ideal, como funciona a amamentação e a troca de fraldas e como dar banho estão entre as principais dúvidas. A enfermeira Andrea Vieira e o obstreta Marco Capel responderam as perguntas mais comuns sobre essa fase. Confiram!

Alimentação
O que é proibido comer também faz parte do universo de dúvidas das grávidas. Segundo o obstetra, pede-se cautela até a 12ª semana em relação a peixe cru, servido em restaurantes de comida japonesa. "O cuidado nos primeiros meses é essencial, já que se trata de uma fase de formação de órgãos", explica. Após esse período, o peixe cru é liberado, mas é preciso prestar atenção na credibilidade dos restaurantes em que você consome a iguaria.
A carne mal passada ou crua, como carpaccio, quibe cru ou aquele churrasco "sangrando", também deve ficar de fora do cardápio das grávidas. "É melhor evitar durante toda a gravidez, a fim de afastar a possibilidade de contrair toxoplasmose", avisa o médico. A toxoplasmose é uma doença transmitida pelo Toxoplasma Gondii, um protozoário genericamente chamado de parasita. Há duas formas de disseminação da doença e uma delas ocorre em ambientes onde existem gatos, que podem eliminar os ovos desse protozoário pelas fezes. A outra forma é pela alimentação ao ingerir carne contaminada de animais mal cozida e alimentos contaminados. Na gravidez, a transmissão da mãe contaminada para o feto pode provocar uma lesão destrutiva com sequelas importantes para o recém-nascido, como encefalite, lesões oculares e prejuízo importante da visão, entre outras.
As bebidas alcoólicas são outro tabu na gravidez. Muitos médicos as proíbem totalmente, mas, segundo Capel, há um consenso na comunidade médica que permite liberar o consumo bem controlado para grávidas saudáveis: duas unidades de álcool por semana, ou seja, uma latinha de cerveja, uma taça pequena de vinho ou uma dose de destilado (uísque, vodca, cachaça).

Parto
Segundo o obstetra Marco Capel, do Pro Matre Paulista, a maior dúvida das mães de primeira viagem quando chegam ao consultório é em relação ao tipo de parto. Mas, segure a ansiedade, pois essa decisão depende de muitos fatores que se desenrolam durante a gestação e você terá bastante tempo para pensar e decidir com o médico e a família qual a melhor opção.

O que deve ter na mala que será levada para o hospital no dia do parto?
O cálculo, segundo a enfermeira Andrea Vieira, supervisora do berçário da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, deve ser realizado sempre para mais de uma peça por dia, pois os bebês sujam muitas roupas com golfadas e vazamentos de fralda. Bodies também são ótimas opções, assim como mantar, principalmente durante o inverno. Confira a lista de enxoval para a maternidade:

Para o bebê
6 macacões
6 bodies
6 cueiros
3 mantas
3 pares de sapatinhos
3 pares de meias
3 fraldas de boca
1 tesourinha sem ponta
Para a mamãe
3 camisolas abertas na frente
2 sutiãs de amamentar
4 calcinhas largas
1 par chinelos
Produtos de higiene pessoal
Almofada para amamentar (opcional)
Cinta pós-parto (se for indicação do obstetra)
1 pacote de absorvente pós-parto (tamanho normal)

Do que o bebê vai precisar em casa?
A lista sugerida pela Casa de Saúde São José, ajuda os pais de primeira viagem a terem uma ideia do que o bebê precisará quando estiver em casa. Mas é claro que os itens e as quantidades podem ser adaptadas a cada família, de acordo com as possibilidades e necessidades.
12 fraldas de pano
6 fraldas de rosto
360 fraldas descartáveis
6 babadores
6 conjuntos de pagão
4 casaquinhos (linha de algodão)
6 pares de sapatinhos
6 pares de meias
6 macacões (plush ou linha)
6 cueiros (algodão ou flanela)
6 macaquinhos (algodão ou linha)
4 mantas
4 jogos de lençóis para berço
6 culotes
2 jogos de protetores de berço
Mosquiteiro
Protetor de colchão
Saco de dormir
3 lençóis de carrinho
6 toalhas-fralda
2 toalhas de banho
Pote para algodão
Pote para cotonetes
Saboneteira
Edredom
Baldes para roupas
2 baldes para fraldas
Escova de cabelo
Banheira
Garrafa térmica
Termômetro corporal
Tesourinha sem ponta
Lixeirinha
Cesta para roupa suja
3 lençóis para bebê-conforto
Cabides
Bolsa de bebê
Moisés
Bebê-conforto
Canguru
Cadeirinha para carro
Carrinho de passeio
Pomada para assaduras
3 colchas
Porta-fraldas
Aspirador nasal
Loção hidratante
Almofada de amamentação
Concha para amamentação
Cotonetes
Algodão
Sabonete líquido
Cobertor

Como deve ser feita a troca de fraldas?
Deixe todo o material à mão antes de começar. Use água morna e algodão para a limpeza. Para facilitar, você pode deixar a água em uma garrafa térmica para mantê-la aquecida. Limpe sempre de cima para baixo, principalmente no caso das meninas.

Como dar banho?
O banho do bebê deve ser em banheira limpa. A água não precisa ser fervida, mas a temperatura deve ser semelhante à do corpo do bebê. O local deve estar livre de correntes de ar. Prepare o material a ser usado com antecedência e deixe tudo à mão. Opte por sabonete neutro e comece pelo rosto e cabeça, mas tenha cuidado para não deixar entrar água nos olhos e nos ouvidos do bebê. Deixe a genitália por último. A secagem com uma toalha macia é importante, principalmente nas dobrinhas. Não se esqueça de limpar o coto umbilical com o álcool 70% e algodão.

O berço pode ser enfeitado? O que deve ser evitado?
Não é aconselhado o uso de brinquedos e paninhos nos berços para evitar que sufoque o bebê. Como os brinquedos têm cores e formas variadas, o uso em exagero pode estimular demais a criança e atrapalhar o sono. Os pais devem prestar atenção ainda na altura do berço para evitar quedas.

O choro nem sempre é de fome, mas, como identificar o que ele indica?
"O bebê chora não só por fome. Ele também chora porque a fralda precisa ser trocada ou por desejar um acalento. Os pais perceberão a diferença ao longo dos dias e com a convivência", garante a enfermeira Andrea Vieira. Para o obstetra Marco Capel, conversar com seu bebê pode acalmá-lo, mesmo que ele ainda não a entenda. "A relação e o contato físico são muito importantes", garante.

A mãe deve seguir suas intuições ou se fixar somente às orientações do médico?
As orientações do médico são importantes, pois são baseadas em fatos e na ciência. Para a enfermeira, a intuição materna pode ser utilizada, mas o pediatra precisa acompanhar. "Por isso é importante a boa relação entre paciente e médico, para que a mãe tenha a liberdade de expor sua opinião e o médico leve em conta a intuição materna", acredita Capel.

É preciso ser rígido com horários para dormir, mamar e trocar de roupa?
Segundo Andrea Vieira, estabelecer rotinas é um ato importante para a educação do bebê. Mas é importante não deixar que as obrigações em demasia superem o prazer de curtir a fase.

É preciso educar o sono do bebê? Como?
Sim, os recém-nascidos dormem, em média, 20 horas por dia. É importante colocá-los para dormir após amamentá-los.

Em que posição o bebê deve dormir?
Existe uma recomendação para a posição deitado com a barriga para cima. Evite colocar o bebê de bruços ou de lado, pois estas posições estão associadas à Síndrome da Morte Súbita em Lactentes, a principal causa de morte no primeiro ano de vida e a terceira causa de mortalidade infantil nos Estados Unidos.

É preciso arrotar após cada mamada?
Sim, o bebê deve permanecer na posição de pé, no colo, até arrotar.

De quantas em quantas horas a mãe deve amamentar o bebê?
O tempo pode variar com a idade do bebê, mas, nos primeiros dias, ele poderá mamar a cada 2 ou 3 horas. O melhor é seguir as instruções do pediatra. Quanto ao tempo, o bebê deve sugar sob livre demanda.

E se a mãe não conseguir amamentar?
É sabidamente reconhecido o valor da amamentação porque o leite materno contém anticorpos e elementos essenciais para o desenvolvimento do bebê. "Mas devemos tratar esse assunto com cuidado para não criar um problema para as mães que apresentam dificuldades nessa área. Sempre recomendo que seria bom amamentar, mas acredito que a mãe não deve se punir caso não consiga", diz o obstetra. Nesses casos, os profissionais indicam os grupos de apoio na área.

Muitas mães excluem o pai dos cuidados ao bebê. Como lidar com isso?
O pai tem papel fundamental no desenvolvimento da criança. As mães devem inseri-los nos cuidados diretos e indiretos e enxergá-lo como parceiro. "Ela pode delegar algumas funções ao pai, como trocar a fralda enquanto toma banho. Assim ele vai sentindo como isso é gostoso e importante", acredita Capel.

A mãe, muitas vezes, não tem tempo nem de tomar banho nessa fase. Como conciliar tudo e ainda se cuidar melhor?
É importante ter consciência de que a família está tendo um bebê, mas a ansiedade que isso gera para a mãe, muitas vezes, é maior do que para o pai. "Há pessoas mais tranquilas, que até levam o bebê em viagens, mas há outras que abrem mão de tudo pelo filho. É preciso encontrar o equilíbrio", afirma Capel. Para Andrea, é preciso estabelecer rotinas e horários e, neste caso, a ajuda do pai irá contribuir para que a mãe tenha tempo de se cuidar também. Não ter vergonha de pedir ajuda aos familiares, como as avós e as irmãs, que também pode dar um conforto à nova mãe.

Como identificar a depressão pós-parto?
Durante a gravidez há uma fase de encantamento, expectativa e preparativos para a chegada do bebê. Mas, quando o bebê nasce, a mãe descobre que tem muitas funções e, muitas vezes, há dificuldade de conciliar com o dia a dia. Ao lado disso, acontece uma deficiência hormonal após o nascimento do bebê, por isso, é importante ficar de olho na depressão pós-parto. Mas é importante estabelecer a diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pós-parto é quase fisiológica. Dependendo da estatística, de 50% a 80% das mulheres apresentam certa tristeza e irritabilidade que têm início em geral no terceiro dia depois do parto, dura de uma semana a 15 dias, no máximo, e desaparece sozinha. Já a depressão pós-parto tem início algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia. "É importante o apoio do marido nesse hora. Se fugir do controle, procure ajuda médica", sugere Capel.

Como não deixar o relacionamento do casal esfriar?
É comum nesta fase que os cuidados com o bebê ganhem um peso maior que a vida amorosa do casal, mas é possível conciliar e ter alguns momentos prazerosos com o parceiro. Como sair para um jantar no restaurante fica mais difícil, improvise. Faça um jantar em casa: encomende comida, prepare uma mesa bonita, abra um vinho (a mãe só deve beber se o médico liberar) e relaxe um pouco, converse e namore. O bebê fica ali pertinho de vocês para qualquer emergência.

Fonte: mulher.terra.com.br/

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